Hoje é quarta-feira, dia do nosso
encontro!
Pensei em vários temas bacanas
para estrear, de fato, a coluna, até que cheguei a este aqui.
Convenhamos... quem nunca perdeu
alguns minutinhos do seu tempo com sites e revistas de fofocas? Ah gente, eu
adoro. Aliás, acredito fielmente que ninguém consegue ser super Cult e
intelectual 24hrs por dia. É importante reservar um tempo para as futilidades,
vai. Aliás, futilidade é o que não deixa a
cabecinha da gente, já lotada de problemas e obrigações, dar tilt. Digo mais: Um
pingo de futilidade num balde de inteligência é o equilíbrio perfeito para uma
mente sempre sã.
Mas, deixando
pra lá o papo-furado, vamos falar do que interessa. Deu nessas revistas de fofoca que
a filhinha de Roberto Justus havia sido operada para corrigir uma má formação
óssea. Como amante e monitora de Anatomia, prontamente fui pesquisar o assunto,
que a primeira vista, apenas pelo nome, já dá a dica do que se trata. Estudando
mais um pouco, descobri que a menina teria que passar por tratamento
ortodôntico, e acabei por perceber a grande função (indispensável, diria) que a
Odontologia tem com a doença.
Pois bem, também chamada de Craniossinostose, a doença consiste,
basicamente, no fechamento precoce das suturas ( um tipo de articulação imóvel encontrado
nos ossos do crânio), ainda no período fetal, e possui
classificação de acordo com as suturas acometidas. Os tipos mais comuns são a
escafocefalia (sutura sagital), trigonocefalia (sutura metópica), braquicefalia
(suturas coronais bilaterais), plagiocefalias (suturas coronais ou lambdóideas
unilateralmente) e, casos mais graves, oxicefalia (onde mais suturas são
acometidas) .
É mais ou menos assim: O crânio se desenvolve a partir da
interposição óssea ao longo das linhas de sutura. Assim, quando uma sutura
se fecha antes da hora, o crânio não cresce na direção perpendicular a esta
junção, resultando em deformações, que acarretam prejuízos muito além do
que somente o estético.
Na maioria das vezes, a causa
é uma mutação que ocorre na geração da criança, não havendo caráter
familiar, porém existem formas genéticas mais complexas e associadas a
outras malformações, como exemplo, as Síndromes de Crouzon e Appert.
É diagnosticado por observação clínica e pode ser confirmado
por exames de imagens (Raio X e Tomografia Computadorizada).
O tratamento é cirúrgico e
necessário por basicamente 3 motivos: risco de hipertensão intracraniana e
sofrimento cerebral que pode levar a regressão do desenvolvimento
neuro-psicomotor; alterações oftalmológicas que podem cursar com perda de
visão; e por estética. (Mas não paro de me perguntar se a Fisioterapia e o
tratamento ortodôntico, em alguns casos – eu falei EM ALGUNS CASOS-, não
podem substituir o tratamento tão delicado e invasivo como a cirurgia...
alguém concorda comigo?)
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Bom, é bem provável que o
tratamento ortodôntico que a Rafaella está sendo submetida tenha relação com a
sutura palatina mediana, que se fechada tão precocemente, poderá acarretar
problemas transversais como as mordidas cruzadas posteriores, além de problemas
na fala, função, respiração da criança e alterações
no crescimento da mandíbula, em sua direção vetorial.
Para isso, aplica-se um
tratamento cirúrgico-ortopédico-ortodôntico de abertura da sutura palatina
mediana, expansão rápida da maxila e adequação da mordida às necessidades do
caso.
Vale deixar claro que, neste caso, a Ortodontia
sozinha não conseguirá descruzar as mordidas, mas poderá minimizar os efeitos
da musculatura facial que se encontra alterada. Aparelhos com escudos na região
do vestíbulo afastarão essa musculatura. O descruzamento não ocorrerá porque a
mordida cruzada não tem como etiologia a musculatura alterada por hábitos, e
sim pelo fechamento precoce das suturas palatinas. Por isso é tão importante a
atuação interdisciplinar e um ortodontista com conhecimentos em ortopedia
funcional.
Só eu acho isso incrivelmente
lindo?
Fiquem super a vontade em
comentar, debater, questionar, reclamar e, claro, elogiar! Hehehe
A propósito, meu contato é:
lala_azulay@hotmail.com
Espero que dê tudo certo na
recuperação dessa lindinha! Estou na torcida!
Beijos no
coração!
Fontes e Referências:
Livro: Anatomia aplicada à Odontologia –
Texeira, Lucilia Maria de Souza/ Reher, Peter/ Reher, Vanessa Goulart Sampaio
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Achei super fantástica a matéria, e ainda mais todo o processo que a garotinha vai passar, e saber que a ortodontia vai colaborar com uma parte no tratamento cirúrgico dela! Parabéns!
Lara!
Muito obrigada, Lara!
Lays Azulay
Adoreiiiii o texto, me interessei muito pelo assunto e achei q vc descreveu tudo muito bem . Adorei saber mais sobre o assunto e acho que posts assim devessem cada vez mais freqüentes :D. Parabensssss!!!!
Cecília guimaraes . Faculdade de odontologia de ribeirao preto.
Obrigada, Cecília!
Aguarde que terão mais textos bacanas vindo por ai!
beijoes
Lays Azulay