Mostrando postagens com marcador Lays Azulay. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Lays Azulay. Mostrar todas as postagens

O caso de Auristela Silva: Uma revolução na Odontologia

|0 comentários

Olá queridos Odontodepressivos!
                
Hoje vamos falar sobre um caso interessantíssimo e que foi assunto de um simpósio na Universidade de Brasília agora no começo de 2013. Pasmem: Auristela Silva, de 23 anos, afirma ter nascido sem língua. Como sabemos, a Aglossia é uma anomalia incompatível com a vida. A expectativa de vida dos portadores que nascem com essa anormalidade é de apenas três dias. Na verdade, a Auristela é um dos únicos três casos relatados na literatura e a primeira em ter suas sequelas tratadas.
A aglossia congênita foi citada pela primeira vez em 1718, pelo médico e botânico francês Antoine de Jussieu. Até o final de 2012 foram registrados 12 casos da deficiência. Sendo que nove deles estavam associados a outras limitações, como a ausência de dedos, e foram a óbito.

Aglossia Congênita


Como consequência da anomalia, a jovem cresceu com uma grande dificuldade em deglutir, falar e apresentando várias lesões no rosto por incontinência salivar. O cirurgião-dentista responsável pelo tratamento das sequelas da jovem, Dr. Frederico Salles, explica que Auristela conseguiu aprender a falar porque os músculos do assoalho bucal, especialmente o milo-hiódeo, se hiperatrofiaram chegando a tocar os dentes e a ocupar o espaço da língua na cavidade oral.

Músculos do assoalho bucal 




Cavidade Oral da Auristela


Frederico Salles recebeu Auristela no consultório, aos cinco anos de idade, com um diagnóstico errado. Para os médicos que a atenderam ainda bebê, ela não mamava por conta de uma síndrome, chamada de Pierre Robin, que provoca deformação facial e impede a criança de deglutir. “Ela sobreviveu por conta do instinto da mãe, que adaptou um bico de mamadeira para fazer o leite chegar à garganta”, conta Salles.




Dr. Frederico Salles e Auristela Silva


Como tratamento e para alterar a anatomia da mandíbula e ajustar o maxilar para assegurar o desenvolvimento dos ossos, foi utilizado o aparelho distrator osteogênico.

Exemplo de distrator osteogênico mandibular

Em 2001, graças às pesquisas do cirurgião-dentista e disposição pessoal para assumir o caso, Auristela foi submetida a uma cirurgia especialmente idealizada para ela. “Diante da raridade e complexidade da anomalia, e todo comprometimento decorrente da ausência da língua, concluí que só alcançaríamos sucesso se uma equipe multidisciplinar encampasse o tratamento”, contou Salles.  
Após duas cirurgias, que resultaram em uma expansão de 20 milímetros, na qual a mandíbula, que assumia a forma de “bico de pássaro” pôde ser redesenhada, professores de diversas áreas da UnB assumiram as terapias da fala, psicológica, ortodôntica, fisioterapêutica e nutricional – acompanhamento conduzido até hoje.
 Ainda como tratamento, Auristela terá de usar um aparelho de contenção o resto da vida. A ideia é não permitir que os dentes dela voltem a tentar se unir no centro da boca, por causa da ausência da língua.
Os tratamentos fonoaudiológico e fisioterapêutico ensinaram Auristela a usar outros músculos da face para ajudá-la a pronunciar os fonemas (especialmente os que exigem o uso da língua) e a mastigar e deglutir da melhor forma. O resultado foi impressionante.
Uma curiosidade interessantíssima é que Auristela consegue distinguir e identificar sabores como salgados, azedos, amargos e doces, sendo este último o único que ela possui um pouco mais de dificuldade. Ela passou por testes com mais cinco jovens que comprovaram que além de distinguir esses sabores ela ainda os identifica com mais facilidade. O que se percebeu foi que a Auristela tem uma percepção mais apurada, como se ela tivesse desenvolvido uma habilidade maior. Na verdade, o estudo feito em Auristela comprovou que não é apenas a língua que possui todas as papilas gustativas. A mucosa oral esta repleta de corpúsculos gustativos, os quais não funcionam porque existe a língua. Na ausência dela, o paciente desenvolve a sensibilidade da mucosa oral, assim como o cego desenvolve o tato para a substituição da visão.

Depois de 16 anos de muita dedicação e estudos, a equipe de profissionais que cuidaram do caso transformou-o em estudo e deram origem a um protocolo de tratamento para as sequelas da aglossia congênita.
Interessante, não?Muito orgulho da nossa profissão, da Escola Brasileira e dos profissionais dedicados ao caso.
Espero que tenham gostado, até o próximo encontro com grandes novidades!





Eu sou Lays Azulay, estudante do 5° período de Odontologia, monitora de Anatomia Geral e Periodontia e integrante da Liga Acadêmica de Periodontia da Universidade Ceuma, São Luis – MA.
Contato: laysazulay@odontodepressao.com



Fontes:
Sapp JP, Eversole LR, Wysocki GP, Patologia Bucomaxilofacial Contemporânea, 2° edição, Ed. Gen.
http://saude.ig.com.br/minhasaude/2013-01-15/brasiliense-que-nasceu-sem-lingua-recupera-fala-com-tratamento-inedito.html
http://noticias.r7.com/distrito-federal/noticias/moradora-do-df-e-uma-das-12-unicas-pessoas-do-mundo-sem-lingua-20121114.html
http://parceirodasaude.com.br/?tag=aglossia-congenita
http://campus.fac.unb.br/universidade/item/2500-debate-sobre-aglossia-congenita
Imagens: Google Imagens


Diário de viagem do Odonto Depressão

|0 comentários
"Aviso da dona desleixada do blog
Antes de mais nada, quero me desculpar e dizer que esse texto a Lays escreveu há muuuuito tempo, mas só agora pude postar... Divirtam-se"


Olá  pessoal,
Bom, semana passada estive participando do 11° COPAC, o Congresso Paulista de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial. Foram três dias de palestras incríveis e grandes conhecimentos, tudo numa cidade linda, que é Campos do Jordão.

Dentre tantas palestras sensacionais uma em especial me chamou atenção e é sobre ela que quero falar hoje. As manifestações bucais de doenças sistêmicas, pelo Prof. Dr. Haroldo Arid Soares.
                Um dos quesitos interessantes que o palestrante citou foi que toda e qualquer lesão bucal deve ser vista pelo profissional como uma possível manifestação de alguma doença sistêmica. Aliás, ela pode ser o primeiro sinal ou sintoma de certas doenças. Sendo assim, funcionam como um sistema de alarme precoce para algumas doenças.
“As manifestações bucais geralmente surgem quando a pessoa adquire uma doença diagnosticada como infecciosa, imunológica e dermatológica. Ou até mesmo quando desenvolve um câncer ou se possui diabetes, hipo e hipertireoidismo, anemias, entre diversas outras doenças”, explicou o professor.

Dentre as doenças sistêmicas mais comuns na população brasileira e citadas pelo professor são: catapora, herpes simples, tuberculose, sífilis, e outras que apresentam  reações como lesões por bolhas na cavidade bucal, elevações que se formam na pele, erosões, placas brancas, úlcera, erupções, micose generalizada ou fungos no pulmão.

“A boca é um espelho do organismo, e muitas vezes o que ocorre nela é a consequência de algo que está acontecendo com o corpo da pessoa. Antigamente a cavidade bucal tinha uma conotação de mostre-me sua boca e te direi quem tu és”.

O especialista explicou que o trabalho conjunto com o médico proporcionará ao paciente uma melhora nas alterações que a doença causa, inclusive na boca, pois ela quase sempre é a mais sensível, a mais fácil de se ver, e também a mais fácil de se examinar.

“A cavidade bucal se torna um bom lugar para o controle terapêutico. Outras vezes, a boca merece uma atenção especial, pois certas manifestações podem impedir o paciente de exercer suas funções normais, como por exemplo, comer e falar.”

Em algumas pessoas, as alterações bucais se manifestam primeiro do que em determinadas regiões do corpo. Em outras, as modificações bucais ocorrem juntamente com diversos órgãos, como o fígado e o estômago. “A antecipação do diagnóstico se torna difícil nessas doenças, entretanto facilita muito o tratamento e talvez possa até impedir que a doença provoque danos em outras partes do corpo”, lembrou Haroldo Soares.

Com relação à cura das manifestações bucais das doenças sistêmicas, não é possível que isso aconteça. A maioria dessas doenças apresenta um caráter crônico, e necessita de um tratamento contínuo. “Mas, é possível dizer que as manifestações bucais podem ser controladas durante o tratamento e melhorar sensivelmente a qualidade de vida das pessoas afetas pelo problema”, concluiu.

É importante que estejamos atentos a todas essas alterações podendo, inclusive, diagnosticar uma doença sistêmica em tempo fundamental para um bom tratamento e um prognóstico favorável. 
Espero que tenham gostado!
Aguardo vocês semana que vem!


Lays Azulay, estudante de Odontologia e Monitora de Anatomia Geral da Universidade Ceuma, São Luis –MA.

 

Fontes: 





Dicas para quem namora estudante de Odontologia

|0 comentários


1- Não espere se encontrar com ele (a). Tipo, nunca.
2-Aceite que ele (a) terá vários casos. Com os livros.
3-Aprenda a esconder o fato de você ter pavor de sangue, pus, anestesia, cadeira de dentista e das histórias que você acha absurdas e ele (a) acha super legal.
4-Apoie ele (a) quando ele voltar depois da prova, exausto (a) e se achando a pessoa mais burra do mundo por ter errado "aquele" teste.
5-Celebre com ele (a) todas as vezes que ele foi bem numa prova, porque isso é realmente difícil.
6-Cada semana ele vai ter uma doença. Algumas completamente raras. Algumas cadeiras, especialmente Estomatologia e Farmacologia, podem e deixam qualquer pessoa saudável num hipocondríaco. Namore ele (a) por muito tempo e você também ficará assim.
7-Existirão semanas que você irá se esquecer que você namora, porque pré prova eles se trancam em casa, e se afundam nos livros.
8-Você ficara impressionado(a) de quantos germes existem, em todo lugar e em tudo que você poe a mão. Principalmente seu tablet/mouse.
9-Jantares românticos serão Comida Chinesa, na frente da TV Por 10 minutos, depois ele (a) provavelmente voltará a estudar.
10-Quando viajam, eles vão a Congressos. Onde o mundo maravilhoso da Industria farmacêutica e dos materiais odontológicos irão tentar seduzi-los. Para eles, é como a Disneylandia.
11-Eles tem a vida toda planejada, e pensam no futuro 100 vezes ao dia, e fazem planos megalomaníacos. Aprenda a respeitar e aceitar isso.
12-O hábito de estudo deles é frenético, você se sentirá preguiçoso(a). 
13-Eles lembram de todas as técnicas das tomadas radiográficas, mas esquecem datas de aniversários de namoro.
14-Você precisara de bons amigos (e confiáveis) para conseguir manter a sanidade.
15- Se vc tiver uma crise de ciume e deseja atenção, finja um resfriado. Ele passara a noite te cuidando.

Mas vale a pena, eles são os mais carinhosos e charmosos e cuidarão de você com muito amor.


(Adaptado do Conselhos de Interno) por Lays Azulay! 

O papel do Cirurgião-Dentista na Doença de Crohn

|0 comentários
Olá queridos odontodepressivos!
              
Perceberam que mudamos o dia da Coluna, não é? Com a chegada do nosso querido João Guilherme, o mais novo integrante do time e dono da Coluna Vida de República, estarei a partir de agora às sextas com vocês. Combinado?! 
(perdoem o atraso, tudo culpa da dona do blog mais enrolada do mundo hahaha)
                
E para estrear a nossa primeira sexta-feira, queria hoje falar de uma doença bastante interessante, severa e que todo cirurgião-dentista deve estar atento!
               
 Durante milhões e milhões de anos, nosso sistema imunológico foi preparado pela evolução para atacar todos os agentes estranhos que possam penetrar em nosso organismo e para proteger o que é próprio de cada um de nós. Sabemos disso, não é mesmo?! Mas, ao longo desses anos, certas alterações nesse sistema acabaram por provocar mudanças nessa regulação de tal forma que, vez ou outra, as células imunológicas se confundem e passam a agredir os tecidos que na verdade elas deveriam proteger. Por conta disso, em 1932 o médico Burril BCrohne seus colaboradores descreveram pela primeira vez a doença de Crohn.
               

A Doença de Crohn é uma doença inflamatória crônica do trato gastrointestinal. Ela afeta predominantemente a parte inferior do intestino delgado (íleo) e intestino grosso, mas pode afetar qualquer parte do trato gastrointestinal, da boca até o ânus, assim como todas as camadas da parede intestinal: mucosa, submucosa, muscular e serosa.
Acontece assim: As células imunologicamente ativas acabam agredindo o aparelho digestivo, provocando lesões importantes, podendo criar fístulas(comunicações entre o intestino e a pele ou outra estrutura interna abdominal), abcessos, perfuração intestinal, infecções ou estreitamento intestinal (estenose), além de dor abdominal, aumento da velocidade do trânsito intestinal, diarreia (muitas vezes com sangue), esfoliação, dificuldade para absorver os nutrientes, falta de apetite e enfraquecimento.


Para vocês entenderem melhor: A doença de Crohn é o oposto do que acontece com o HIV. Paciente com HIV tem CD-4 baixo (linfócitos que coordenam a resposta imunológica). Na doença de Crohn, CD-4 está estimulado. Atualmente se imagina que, por predisposição genética, quando o organismo entra em contato com substâncias estranhas ou antígenos (que podem existir numa bactéria da flora normal do intestino humano), esse sistema imunológico seja muito estimulado.
              
O primeiro caso relatado de manifestações bucais da doença de Crohn foi descrito em 1969. Elas muitas vezes são concomitantes com as do intestino, afetando a mucosa bucal, os lábios, a gengiva entre outras regiões. Caracterizam-se inicialmente por úlceras focais com aspectos lineares na mucosa, semelhantes às aftas, mas com características clínicas mais persistentes, profundas e circundadas por margens hiperplásicas. Além disso, pacientes podem apresentar-se com inchaço difuso dos lábios.

Além das manifestações bucais e dos sinais e sintomas já descritos, os pacientes podem apresentar artrite (afetando cerca de 30% dos pacientes), febre, sintomas oculares, erupções cutâneas ou doenças fúngicas dolorosas e avermelhadas nas pernas.

                Pesquisas mostram que a doença de Crohn relaciona-se com o uso de xenobióticos, tais como conservantes, corantes para alimentos, pesticidas, etc. Nas pessoas com predisposição genética, essas substâncias que no Brasil são adicionadas à comida em grande quantidade, podem estimular o sistema imunológico e provocar a manifestação da doença. Fala-se, ainda, que o uso de estrógeno estaria entre os fatores desencadeantes, mas isso ainda não foi cientificamente comprovado. Não se discute, porém, que a incidência de Crohn é mais alta nos fumantes do que nos não fumantes.

Atualmente o diagnóstico da doença é realizado através da colonoscopia com biópsia. Os achados de ulcerações e granulomas associados a sinais de inflamação da mucosa intestinal ajudam a estabelecer o diagnóstico, que é confirmado posteriormente com o resultado das biópsias.

O tratamento pode ser feito em etapas. Existe um sistema de mensuração da atividade da doença baseado no número de evacuações, dor abdominal, indisposição geral, ocorrência de fístulas e de manifestações patológicas. Esse sistema permite classificar a doença em leve, moderada ou grave. Se a doença é leve, o clínico apenas acompanha a evolução do paciente. Toda a terapêutica, porém, se volta para reprimir o processo inflamatório desregulado. Com o objetivo de debelá-lo, são primeiro introduzidas as drogas mais comuns: mesalasina, sulfassalazina e dois antibióticos, ciprofloxacina emetrinidazol. Nas fases agudas e para o tratamento das lesões bucais indica-se corticoide por via oral ou um corticoide novo, a budezonida, que não tem efeitos colaterais e sistêmicos indesejáveis. Essa substância está contida numa cápsula que, sob certas condições do trato digestivo, se abre e a droga age apenas no local onde foi liberada.

Se o paciente não responder a esse tratamento, existem drogas imunossupressoras, usadas para evitar a rejeição nos transplantes, como a azatioprina ou a mercaptopurina, além da terapia biológica que conta com a droga chamada anticorpo anti-TNF. Ela atua mais ou menos assim: Quando há um processo inflamatório na mucosa ou em qualquer outra parte do corpo, linfócitos, monócitos e macrófagos do trato digestivo produzem TNF e, como consequência, o processo inflamatório aumenta. Ao introduzir um anticorpo contra o TNF, haverá bloqueio e interrupção desse processo.

Pacientes graves podem ser submetidos à cirurgia, porque apresentam complicações como estenose (estreitamento do intestino) ou perfuração com peritonite (inflamação do peritônio – voltando às aulas de Anatomia geral - membrana serosa que reveste parte da cavidade abdominal assim como algumas vísceras).

Pesquisando pela Internet, acabei descobrindo que, há pouco tempo, o guitarrista do Pearl Jam, Mike McCready, assumiu ter a doença de Crohn há quase 15 anos.



É uma doença estranha. Mesmo tratando dela direito você pode entrar em crise de uma hora para outra.”, diz o roqueiro.

O conhecimento e entendimento da doença são de suma importância para nós (futuros ou já cirurgiões-dentistas), haja vista que ela pode interferir na conduta do profissional e no estabelecimento do plano de tratamento. Além disso, é imprescindível a comunicação entre cirurgiões-dentistas e médicos gastroenterologistas a fim de proporcionar a promoção integral de saúde para estes pacientes.

Gostaram?

Aguardo vocês na próxima sexta!

Um grande abraço a todos!












Lays Azulay, estudante de Odontologia e Monitora de Anatomia Geral para todos os cursos da área da saúde, da Universidade Ceuma, São Luis – MA.




Relato de Caso: Manifestações clínicas intrabucais da doença de
Crohn – Relato de caso clínico

Plantão Olimpíadas 2012

|0 comentários
Oi gente!

Pra começo de conversa, quero mais-uma-vez-novamente-de-novo-toda-hora agradecer aos recadinhos, inbox, e-mails, comentários e tudo mais que ando recebendo pela coluna. Alguém já disse que vocês são uns fofos? Pois é: UNS FOFOS!

Bom, depois desse momento de carícia, vamos trabalhar! Vocês têm visto as Olimpíadas? Vou confessar que não sou um exemplo de como ser patriota e não tenho visto muita coisa, até porque esse nosso curso não nos dá uma folguinha (eu já voltei à dura realidade com gosto!), mas entre um livro e outro
acabei vendo a notícia de uma jogadora de Hóquei que fraturou a mandíbula.
Vocês viram?!



Pois bem, a moça da foto é a britânica Kate Walsh, capitã da seleção de hóquei. Pelo o que eu entendi da história, ela foi contemplada, acidentalmente, com uma bela tacada da adversária japonesa, aos quatro minutos finais do jogo.
Que azar, hein? 






Como monitora de Anatomia Geral apaixonada que sou, preciso puxar a sardinha pro meu lado e falar um pouquinho sobre esse lindo e importantíssimo osso.

A mandíbula é o único osso móvel da face, contendo a nossa arcada dentária inferior. Participa de funções básicas como mastigação, fonação e deglutição, além de participar da manutenção da
oclusão dentária, ocupando, juntamente com a maxila, a maior porção óssea do esqueleto facial. É constituída por uma resistente massa óssea, com curvatura que lembra a de uma ferradura e estrutura provida de linhas de resistência ou reforço, ou seja, é um osso bem difícil de fraturar. Porém, há regiões de considerável fragilidade e devido a sua projeção no terço inferior da face, é facilmente atingida por traumas severos, podendo resultar nessas fraturas. Além do mais, variadas condições predispõem à fraturas, tais como, atrofia mandibular, osteoporose e a presença de processos patológicos bucomaxilofaciais associados, como um cisto ou tumor.


Além dos traumas severos (acidentes automobilísticos, acidentes de trabalho, prática de esportes, quedas e agressões físicas), as fraturas também podem ocorrer no trans ou pós-operatório de exodontias, principalmente dos dentes inclusos. Elas podem levar a deformidades, sejam por deslocamentos, ou perdas ósseas não-restauradas, como alterações de oclusão dentária ou da articulação temporomandibular.


       Para o diagnóstico da fratura, o exame clínico evidencia sinais e sintomas composto por dor, edema, hematoma, desoclusão dentária, alteração do contorno facial, salivação intensa, crepitação e mobilidade de fragmentos ósseos. Além disso, o Bucomaxilofacial pode dispor de exames complementares, como raios X e Tomografia Computadorizada.

    O grau de comprometimento ósseo está diretamente relacionado à interação da intensidade e direção do trauma. Como estamos falando do caso da atleta, o trauma se caracterizou como de alta intensidade, com um agente contundente rígido (taco) e, pelo o que podemos perceber na foto do ato, o trauma aconteceu entre o corpo e o ramo mandibular, zona de fragilidade. Não encontrei nada na internet sobre a localização exata da fratura, mas acredito que tenha sido uma das duas fraturas, na foto abaixo.

             

                O tratamento das fraturas mandibulares requer o uso de algumas técnicas dentre as quais vale salientar  a fixação intermaxilar (FIM) e a fixação interna estável. Esta por sua vez, é bastante utilizada devido ao conforto proporcionado ao paciente, sendo aplicada com o uso de placas, miniplacas e parafusos.


Geralmente o controle de um paciente com fratura mandibular dura em torno de 6 meses mas, acreditem se quiser, a atleta foi operada e já esta de volta ao centro olímpico para voltar aos jogos!!!!

Espero que dê tudo certo na recuperação dela, embora eu ache uma loucura o fato dela não ter abandonado as Olimpíadas.

Gostaram?
Voltarei a qualquer momento com o Plantão Olimpíadas do Odonto Depressão!


Lays Azulay, estudante de Odontologia e Monitora de Anatomia Geral para todos os cursos da área da saúde, da Universidade Ceuma, São Luis – MA
Contato: lala_azulay@hotmail.com 










FONTES:

Facebook